Evolução da Economia
Portuguesa em 2012*
Devido às imposições do
Memorando de Entendimento para assegurar o cumprimento dos objetivos
orçamentais para redução do Défice Público, a Economia Portuguesa sofreu uma
quebra do PIB na ordem dos 3 por cento, em resultado de uma contração da
procura interna entre 6,8 e 6,9%. Em particular, é de destacar a evolução
negativa do consumo privado (-5,5%) e da Formação Bruta de Capital Fixo (-14%),
que acentuaram a sua tendência de contração em termos homólogos, ao longo do
ano. O impacto da evolução da procura interna no PIB foi parcialmente
compensado pela manutenção de um crescimento robusto das exportações de bens e
serviços (+6,3%) e da redução das importações (-4,7%). Neste contexto, é também
de destacar uma taxa média de inflação de 2,8%, valor que reflete, em larga
medida, o impacto daquelas medidas de consolidação orçamental, em particular
alterações da tributação indireta e de preços condicionados por procedimentos
de natureza administrativa. Em relação ao mercado de trabalho destaca-se a
continuação da deterioração das condições de trabalho e do aumento do
desemprego para níveis perto dos 17%. O agravamento da política de austeridade
e a redução do índice de confiança dos consumidores levaram a uma redução do
consumo e a um aumento da deterioração da qualidade de vida.
Segundo os dados do Eurostat,
Portugal é o segundo país da EU (a seguir à Alemanha) com a menor taxa de
natalidade. A diminuição da taxa de natalidade tende a agravar-se com a
deterioração das condições socioeconómicas e com o regime de austeridade
baseado no agravamento fiscal e dos cortes da despesa pública. Segundo o INE, o
número de crianças nascidas em 2012 não ultrapassa os 90 mil.
*Estimativas do Banco de Portugal
Agregados
|
2012 (P)
|
2013(P)
|
PIB
|
-3,0%
|
-2,3%
|
Consumo Privado
|
-5,5%
|
-3,6%
|
Consumo Público
|
-4,5%
|
-2,4%
|
Taxa de Desemprego
|
16,4%
|
18,2%
|
IHPC (Inflação)
|
2,8%
|
0,9%
|
Procura Interna
|
-6,9%
|
-4,0%
|
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