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quinta-feira, 16 de maio de 2013


Solução? 

Corrida para a frente….de UE para Federação Europeia! 

O abismo não está a montante/à frente...está a jusante/stato quo!
O sistema só funcionará com a União Bancária que deveria ter entrado em vigor…ontem….e com a União Política para amanhã!
Soluções difíceis? Mas por “alma de quem” deveriam ser fáceis?

Um Mercado Interno de 500 milhões a vender/comercializar mercadorias e bens, em euros, nunca pode "colapsar"…é da própria génese da economia de mercado….agora regras básicas únicas a todos o níveis que terão de ser respeitadas pelos 500 milhões de cidadãos….ah isso é a outra face da moeda para ter uma Europa mais justa, menos discriminatória, mais coesa, mais rica e com qualidade de vida e com mais "músculo" para persuadir os outros "blocos geográficos" a seguirem o, "The" - Bom Exemplo!

27 Estados-membros que independentemente de preservarem a sua cultura e línguas nacionais/regionais, se controlam a todos os níveis (social, económica e financeiramente) e ao mesmo tempo se inter-ajudam entre todos, tal qual os Länder dentro da Alemanha Federal, têm forçosamente de trazer mais alegria e felicidade ao cidadão comum europeu...

No século XXI, o  da “Global and Integral Village”, uma Federação Europeia em paralelo com uma Federação Americana/USA será o mais natural e um dos novos paradigmas de convivência político no planeta!

No século XVIII os Americanos, á sua escala naquele tempo, tiveram um problema de sobrevivência e estabilidade maior para conseguir triunfar e assim duma Confederação Esclavagista do Sul, duma União Neo-Burguesa e Bem Pensante do Norte e ainda à custa da Nação Primitiva Índia, chegar aos United States of America!!!     

 

 

A bolha imobiliária estourou, o país está em recessão, o desemprego sobe e a dívida dos consumidores é 250% do rendimento disponível. O grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente começa a provar o amargo da sua própria receita. Por Matthew Lynn, El Economista

Artigo | 13 Maio, 2013 - 20:57

Jeroen Dijsselbloem

A Holanda começa a provar o amargo da austeridade que o seu ministro das Finanças quer aplicar em toda a Europa. Foto By Rijksoverheid.nl [CC0], via Wikimedia Commons

Que país da zona euro está mais endividado? Os gregos esbanjadores, com as suas generosas pensões estatais? Os cipriotas e os seus bancos repletos de dinheiro sujo russo? Os espanhóis tocados pela recessão ou os irlandeses em falência? Pois curiosamente são os holandeses sóbrios e responsáveis. A dívida dos consumidores nos Países Baixos atingiu 250% do rendimento disponível e é uma das mais altas do mundo. Como comparação, a Espanha nunca superou os 125%.

A Holanda é um dos países mais endividados do mundo. Está mergulhada na recessão e demonstra poucos sinais de que esteja a sair dela. A crise do euro arrasta-se há três anos e até agora só tinha infetado os países periféricos da moeda única. A Holanda, no entanto, é um membro central tanto da UE quanto do euro. Se não pode sobreviver na zona euro, tudo estará acabado.

O país tem sido sempre um dos mais prósperos e estáveis de Europa, além de um dos maiores defensores da UE. Foi membro fundador da união e um dos partidários mais entusiastas do lançamento da moeda única. Com uma economia rica, orientada para as exportações e um grande número de multinacionais de sucesso, supunha-se que tinha tudo a ganhar com a criação da economia única que nasceria com a introdução satisfatória do euro. Em vez disso, começou a interpretar um guião tristemente conhecido. Está a estourar do mesmo modo que a Irlanda, a Grécia e Portugal, salvo que o rastilho é um pouco mais longo.

Bolha imobiliária

Os juros baixos, que antes do mais obedecem aos interesses da economia alemã, e muito capital barato criaram uma bolha imobiliária e a explosão da dívida. Desde o lançamento da moeda única até o pico do mercado, o preço da moradia na Holanda duplicou, convertendo-se num dos mercados mais sobreaquecidos do mundo. Agora explodiu estrondosamente. Os preços da moradia caem com a mesma velocidade que na Flórida quando murchou o auge imobiliário americano.

Atualmente, os preços são 16,6% mais baixos que no ponto mais alto da bolha de 2008, e a associação nacional de agentes imobiliários prevê outra queda de 7% este ano. A não ser que tenha comprado a sua casa no século passado, agora valerá menos do que pagou e inclusive menos ainda do que pediu emprestado por ela.

Por tudo isso, os holandeses afundam-se num mar de dívidas. A dívida dos lares está acima dos 250%, é maior ainda que a da Irlanda, e 2,5 vezes o nível da da Grécia. O governo já teve de resgatar um banco e, com preços da moradia em queda contínua, o mais provável é que o sigam muitos mais. Os bancos holandeses têm 650 mil milhões de euros pendentes num sector imobiliário que perde valor a toda a velocidade. Se há um facto demonstrado sobre os mercados financeiros é que quando os mercados imobiliários se afundam, o sistema financeiro não se faz esperar.

Profunda recessão

As agências de rating (que não costumam ser as primeiras a estar a par dos últimos acontecimentos) já se começam a dar conta. Em fevereiro, a Fitch rebaixou a qualificação estável da dívida holandesa, que continua com o seu triplo A, ainda que só por um fio. A agência culpou a queda dos preços da moradia, o aumento da dívida estatal e a estabilidade do sistema bancário (a mesma mistura tóxica de outros países da eurozona afetados pela crise).

A economia afundou-se na recessão. O desemprego aumenta e atinge máximos de há duas décadas. O total de desempregados duplicou em só dois anos, e em março passou de 7,7% para 8,1% (uma taxa de aumento ainda mais rápida que a do Chipre). O FMI prevê que a economia vai encolher 0,5% em 2013, mas os prognósticos têm o mau costume de ser otimistas. O Governo não cumpre os seus défices orçamentais, apesar de ter imposto medidas severas de austeridade em outubro. Como outros países da eurozona, a Holanda parece encerrada num círculo vicioso de desemprego em aumento e rendimentos fiscais em queda, o que conduz a ainda mais austeridade e a mais cortes e perda de emprego. Quando um país sobe nesse comboio, custa muito a sair dele (sobretudo dentro das fronteiras do euro).

Até agora, a Holanda tinha sido o grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente como resposta aos problemas da moeda. Agora que a recessão se agrava, o apoio holandês a uma receita sem fim de cortes e recessão (e inclusive ao euro) começará a esfumar-se.

Os colapsos da zona euro ocorreram sempre na periferia da divisa. Eram países marginais e os seus problemas eram apresentados como acidentes, não como prova das falhas sistémicas da forma como que se montou a moeda. Os gregos gastavam demasiado. Os irlandeses deixaram que o seu mercado imobiliário se descontrolasse. Os italianos sempre tiveram demasiada dívida. Para os holandeses não há nenhuma desculpa: eles obedeceram a todas as regras.

Desde o início ficou claro que a crise do euro chegaria à sua fase terminal quando atingisse o centro. Muitos analistas supunham que seria a França e, ainda que França não esteja exatamente isenta de problemas (o desemprego cresce e o governo faz o que pode, retirando competitividade à economia), não deixa de continuar a ser um país rico. As suas dívidas serão altas mas não estão fora de controlo nem começaram a ameaçar a estabilidade do sistema bancário. A Holanda está a chegar a esse ponto.

Talvez se tenha de esperar um ano mais, talvez dois, mas a queda ganha ritmo e o sistema financeiro perde estabilidade a cada dia. A Holanda será o primeiro país central a estourar e isso significará demasiada crise para o euro.

Matthew Lynn é diretor executivo da consultora londrina Strategy Economics.

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